noite.

E hoje decidi sentar-me no parapeito da janela do meu quarto apreciando a noite que acaba de cair. Está um pouco de frio mas não me apetece ir buscar um casaco, a noite está tão natual. Já perdi a conta de quantos carros passam, já nem ligo à paisagem que o meu quarto me proporciona.
Está-me apetecer contar as estrelas do céu mas existem algumas nuvens que me impedem de o fazer.
10.26pm
agora estou a ver quantos gatos passam no muro da frente. Um belo silêncio pairou no ar, por mim ficava assim eternamente. Estou a ver as árvores a dançarem com o vento, a lua a cumprimentar as estrelas, e eu a sorrir para o infintio.
Vou-me deitar, tenho o corpo durido. Vou deixar a janela aberta, gosto de sentir a brisa que corre a bater-me no rosto.
Tenho a sensação que esta noite vai ser diferente.
01:26pm.

a (grande) árvore.

Paraste no tempo, vagueavas entre as folhas amareladas do Outono. Querias partir mas ficaste preso a um ramo de uma árvore. Eu era a tua árvore, onde te protegia das tempestades, dos dias de maior calor e frio. Sentaste-te por baixo de mim e eu acaraciava-te deixando cair as folhas que não faziam o minimo barulho. Os teus olhos brilhavam com o pequeno raio de sol que te aquecia o corpo e alma.
Durante anos e anos foi assim, verões, invernos, outonos e primaveras. Todos os dias me acompanhavas sentado no banco vermelho do jardim . Até que só vinhas aos fins-de-semana, passaste a vir só uma vez por mês até que nunca mais apareceste. Já não existiam mais folhas, os ramos já se desfaziam com uma pequena brisa. Afinal não ficaste preso a um ramo meu, deixaste apenas um bocado rasgado do teu casaco preto. Afinal deixaste só o teu perfume no ar. Afinal deixaste apenas um buraco no meu tronco. Afinal partiste sem eu me despedir.
A árvore morreu, o banco acabou por ser arrancado, e tu ?

vera.

À seis meses atrás não pensava que te ias tornar assim tão indispensável na minha vida.
Deste tanto de ti por mim, pela nossa amizade. Mudaste a minha maneira de ser, lidar comigo e com os outros. Sem saberes quem sou, de onde venho, porque apareci na tua vida.
Sentia que eras diferente de tudo que tive, com um abraço logo no primeiro dia foi parte de ti, mim que descobri.
Começas-te a ser o meu dia-a-dia, a minha confidente, a pessoa em quem mais confiava.
Deste-me o teu colo sem pedir, limpaste-me as lágrimas sem saberes, ajudaste-me em tudo sem percebermos, deste-me a mão sem me tocares, não pediste nada em troca.
Esse teu dom fez-me ‘apaixonar’ por ti e pela grande pessoa que és.
E fica tudo mais normal e pacífico quando estou contigo, quantos nos sentamos no nosso cantinhos e falamos falamos sem ter noção das horas e me enches de beijinhos com a mão dada.
Deixe-me chorar, na altura não percebi. Dei-te o maior abraço que alguma vez dera, chorei ao dar-to e sabes porquê? Para além de estar a morrer de saudades tuas percebi (finalmente) que eras/és a pessoa mais importante da mina vida. Senti a tua falta, da tua presença aqui a meu lado.
Agora entendi que não te quero largar nem nunca te vou largar por nada.
Um obrigado não chega por tudo nem por metade do que és e do que transmites. Nem é preciso dizer que quando precisares estarei sempre ao virar da rua mesmo que não esteja lá estarei sempre contigo minha.
Meu anjo da guarda, minha tudinho, minha melhor amiga por tudo e com tudo eu amo-te (putz).
" Dás tanto em troca de tão pouco "

continua.

Apetece-me. Apetece-me falar de ti. Apetece-me contar a nossa história. Apetece-me dizer o quanto me fazes falta. Apetece-me tudo. Apetece-me ‘tu’.
Gosto. Gosto da maneira como lidas comigo. Gosto da forma como me conheces. Gosto de ti. Gosto de ‘nós’. Gosto quando (já) sabes cada passo que dou.
Sei. Sei de cor cada atitude tua.

Sei de cor cada frase da nossa música. Sei, sei que do nada conseguiste tornar-te no mais. Sei também que apesar de não termos prometido nada um ao outro, pode tornar-se infinito.
Acredito. Acredito em tudo e em nada. Acredito em mim. Acredito no (simples) ‘para sempre’. Acredito em cada palavra/gesto teu. Acredito na tua voz. Acredito em ti. Acredito que tudo o que tem significado para mim tem tanto para ti. Acredito que, desde que te conheci, tudo é possível.
apeteceu-me, gostei, sabia, acreditei.
(MEU).

tu.

Do nada apareceste, sem nada conseguiste que ficasse rendida e apaixonada. Termia com o teu nome, deliciava-me com o teu abraço, vibrava com a tua voz. Envolvia-me de uma forma incrível e fiquei agarrada como uma mosca presa numa teia d’aranha. Em cada movimento caía, em cada som desmaiava, em cada beijo morria. Palavras para tentar definir o inexplicável, sentir o impossível. Gritava com a voz muda, chorava com lágrimas secas, amava sem coração, vi-a cor no preto e branco. Queimava as pestanas de tanto ler cada carta tua, no fim deitava-as ao lume quente e avermelhado. Soltavas o suspiro no momento de tensão e o carinho no meio de tristeza.Fazias o mundo quadrado e as flores transparentes. Fazias acreditar que era possível igualar o inigualável, tornar o impossível não credível. Tiravas o prazer às coisas como se revelasses o final de um filme e planeasses os pormenores de um encontro romântico. Acreditavas no amor à primeira vista, no amor de sempre e até no amor ‘sem’ vista. Rasgavas os teus sentimentos com as tuas próprias mãos, matavas o teu ser sem razão. Caminhavas por ruas desconhecidas, escondias a alegria que vivia dentro de ti e soltavas a fúria de um leão. Choravas por chorar, rias por rir e…
Acabavas por desfalecer dentro de mim, ti, todos