sep 04


sinto a tua falta

cool


it's hard to remember how it felt before
now I found the love of my life
passes things get more comfortable
everything is going right

and after all the obstacles
it's good to see you now with someone else
and it's such a miracle that you and me are still good friends


we used to think it was impossible
now you call me by my new last name
memories seem like so long ago
time always kills the pain

look how all the kids have grown
we have changed but we're still the same

today




"amo-te"


Hoje, não pensei em ti. Não falei de ti, nem escrevi sobre ti. Hoje, não te amei. Vi-te chegar mas não me importei, vi-te partir e não senti a rajada de vento da tua mota. Mentira? A mais pura delas. Procurei-te na minha caixa e quando encontrei agarrei-me e não quis largar. O meu maior medo era perder-te, o meu maior desejo era ficar contigo para sempre. Mas para sempre é muito tempo, até demais. Acabaríamos por morrer de cansaço.
Hoje, pensei em ti. Hoje, tive vontade de me apaixonar. Todos os dias, eu trago-te aqui. Estás na minha mesinha de cabeceira à noite, e na minha carteira de dia.
Hoje, não quero sonhar contigo. Hoje, deixei a tua fotografia dentro do livro.
Quero tirar-te de mim. Ver-te longe, era tão bom! Mas sentiria a tua falta e prendar-me-ia às recordações e não seguia em frente.
Deixo-te, hoje, no canto do meu quarto. Espero, que a meio da noite o vento te leve.

tudo fica



Adormecia com a almofada molhada e acordava com o sal seco da noite passada. Imaginava como era se estivesse contigo, definitivamente. Queria voltar, voltar a sentir um turbilhão de emoções como nunca havia sentido, queria também voltar a ver-te. Traz-me à memória o nosso verão, mais uma vez.
Sentia os nossos olhos cruzarem-se como se as nossas pestanas se encaixassem. As minhas pernas tremiam à medida que te sentia mais próximo, mais meu. E acontecia, sem eu autorizar ou ter tempo para dizer a mínima das coisas. O sabor dos teus lábios e a sensibilidade com que os mexias já eu conhecia. Por momentos esquecia-me de quem era, de quem tu eras e do nosso amor impossível. Deixava-me levar pelos murmúrios e por todas as vezes que nos abraçávamos em frente ao pôr-do-sol. Apaixonei-me pela forma ondulada do teu cabelo, pelas tuas frases construídas momentaneamente e pelas tuas mãos que juntamente com as minhas nos aqueciam profundamente.

Até ao dia em que nos esquecemos. Amei-te de forma estranha mas nunca duvides do que sentia (e sinto, aliás). Em suma, perdemo-nos juntamente com o tempo.
Nunca me esqueço de ti, todos os dias és alvo de recordação. Olho para ti e apaixono-me vezes sem conta mas acordo e vejo que estás longe, longe fora de alcance e sem mim. Fico-me pelos sonhos e pelos ‘ses’ mas talvez um dia voltemos às velhas tardes de verão.