A ti; que me viste crescer, que acompanhaste todos os momentos até agora; sou obrigada a despedir-me. A tentar ser forte para aquele que também chora a tua perda. Tentamos, a todo o custo pensar que estás melhor onde quer que estejas. Mas a mim, que nunca estive neste aperto, é completamente impossível imaginar que não estarás aqui nunca mais. Eu sei que estou a ser egoísta ao ponto de não te querer deixar ir, não sei de metade do teu sofrimento mas vem aqui por uma última vez, deixa-me pensar que não vais embora.
Fica em mim que hoje o tempo dói, hoje tudo dói, hoje a dor instalou-se de malas e bagagens. Hoje, os lenços limpam a tristeza que me escorre de dentro. Hoje, deixaste-me aqui. Sem um último abraço, sem uma última recomendação, sem uma última presença. Hoje, estás em paz.
E eu vou guardar cada lugar teu, à fotografia que me agarro e às lembranças que passam a toda hora. Vou relembrar-me das minhas fotografias em pequena contigo ao meu lado, como sempre. Vamo-nos lembrar dos almoços de família em que nos deliciavas com os teus doces. Das visitas regulares ao teu cantinho onde me mostravas as tuas mais preciosas recordações.
Peço-te desculpa por ter-me recusado a prestar-te uma final homenagem mas acho que isso, te irei fazer todos os dias.
Sei que estás aí – seja onde for – a olhar por mim, a proteger-me como se ainda cá estivesses e o mínimo que te posso fazer é dizer-te que és a melhor pessoa do mundo e que nunca te irei esquecer, nunca Avó.
2 comentários:
sabes... a vida não passa de um simples estado de enamoramento. é uma passagem passageira, um ritual que apenas alguns têm a sorte -ou o azar- de presenciar cada dia que passa. não podemos agarrar-nos à almofada nem sequer às memórias. não podemos parar no tempo, pois tudo continua.
e pensa, sempre que chover, que é uma dávida, são pequenas partes do que ela já foi para ti; e que se deixares os teus pensamentos ofucasrem-te, ela não te poderá ajudar.
e lembra-te, a melhor coisa que Deus ncriou, foi haver todos os dias um novo dia. não te esqueças,nunca!, de quem és.
(nem de mim, amo-te muito.)
calou -.-
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