tears and rain*


Andamos, mais uma vez, às reviravoltas na cama sem saber para que lado nos havemos de virar. O despertador tocou e eu fujo da cama para me vestir – ao contrário de ti que ainda estás a tentar abrir os olhos. Debruço-me na cama e despeço-me de ti com um beijo leve nos lábios. Beijei-te como se fosse uma rotina, como se ao final da tarde estivesse de volta ao nosso cantinho.
Ainda me lembro desse dia. Estava a chover pela manhã e um frio que me cortava as mãos. O trânsito estava impossível e eu como sempre atrasada. Ao final do dia estava a pensar fazer uma surpresa para te compensar pela maneira como te deixei. Esperei por ti duas horas, três até que adormeci no sofá.
Desde esse dia apressado nunca mais cheirei o perfume da tua almofada. Foi o nosso último beijo, o mais leve de todos os outros que demos e que teríamos para trocar. Não me esqueci dessa segunda-feira de manhã nem do nosso último beijo.. Nem nunca me esqueci de ti.

1 comentário:

Vera disse...

Conseguiste-me tocar num ponto que poucas palavras me conseguem levar. A despedida, o abandono que surge sempre pelo menos uma vez na nossa vida, mesmo que não seja para sempre. Quase vi toda a imagem na minha cabeça, passo por passo, com personagens indefinidas, mas que eram tão familiares. Deixaste-me nostálgica, a pensar nos factos que a vida nos dá, mesmo sem pedirmos. É por estas supostas hipóteses, estes caminhos que não podemos prever, que tento sempre viver cada dia ao máximo. Sem medo do que vem a seguir, do que pode vir a ser ou não. Somos tão idiotas quando deixamos de agir privados pelo medo (O medo?! Que coisa idiota é essa! A vida é tão curta para dar aso a medos!), com medo de sofrermos?! Somos mesmo egocêntricos. E as pessoas que magoamos já pelo menos uma vez na vida? É da vida sofrermos sempre durante todo o percurso.
Só te queria lembrar que não deixes de lutar por o quê/quem gostas com medo de deixares parecer que és mais sensível do que todos os outros pensam!

Ly ma girl*