«Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais já não escreves porque não te resta nada para dizer»
última última vez
As coisas aconteceram exactamente como eu previa e mesmo assim deixei-me ir. Por uma razão ou outra queria aproveitar a última vez, sendo esta diferente de todas as últimas e primeiras vezes. Queria ter consciência que era o último beijo, a última vez que pisava esse chão e cheirava esses lençóis.
Matei as saudades que me andavam a consumir, disse-te tudo o que ia aqui dentro sem pronunciar uma palavra. E no fim, quando a cabeça e os pés aterraram no chão, prometi que não haveria próxima vez porque, vou deixar de pensar só em ti como tu fazes e cortar a ligação entre coração-mente.
As lágrimas deixaram de cair, fui-me habituando aos altos e baixos que se atravessavam. Desta vez não chegaram sequer a ter vontade própria, foi demasiado previsível. E este fim que já me é tão familiar, deixou de provocar esse efeito em mim.
Ironicamente, repetiu-se o mesmo dia no mesmo local, antes o primeiro agora o último com certeza.
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