nightmare



De sonho passaste a pesadelo, foste baixando, baixando mas acabavas por vir ao de cima sem quê nem porquê. E berrava com toda a minha garra até as veias me rebentarem e manchar a roupa com sangue, até os pulmões não terem ar e ficar durante um segundo sem respirar. No momento em que te caía nos braços com um sorriso total acordo de mais um sonho inexplicável. Parecia real, quando o despertador tocou ainda sentia o teu perfume, a tua voz ainda me ecoava na cabeça e o teu toque ainda permanecia junto da minha mão. Quando o sol já estava alto, o sangue da roupa desapareceu e a respiração voltou a acertar com o ritmo do bater do coração. Fiquei o dia todo a matutar se foi real ou se foi mais um dos meus indetermináveis sonhos.
Outra vez, durante meses foi a rotina da minha noite. Os sonhos eram constantes até que fiquei com os pulsos ligados de tantas vezes que o sangue rompia a minha pele encharcando-me de dor. Afinal de todas as noites, possíveis e imaginárias tu foste a minha dor, a nossa dor. Eras a sombra que me perseguia durante o dia e que se revelava durante a noite. A tortura terminou, tu foste o meu grito de meia-noite.